O presente perfeito
Amor de Carnaval
R$ 98,00
Amor líquido. O aroma brilhante e intenso da Canela se deita em óleo de Girassol iluminado. Um encanto para brilho pessoal, boa sorte, alegria e celebração. Passar nos pulsos ou na fantasia.
Quantidade
INFORMAÇÕES DO PRODUTO
2ml
óleo de girassol, canela
livre de componentes sintéticos. aroma natural. livre de corantes. feito à mão. artesanal.
COMO USAR
Passe uma gota nos pulsos e aproveite.
Manter longe de mucosas. Não aplicar em áreas sensíveis. Não passar nas axilas. Não aplicar em tecidos claros ou brancos.
PRODUÇÃO
Nossa produção é sustentada pela disponibilidade de matérias-primas confiáveis e adquiridas através do comércio justo, assegurando a extração de cada componente de forma sustentável. Por esse motivo, o início do nosso processo de produção pode ocorrer em até 10 dias úteis após a confirmação do pagamento.
ENTREGA
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National Library of Medicine
INGREDIENTES
Sunflower oil, cinnamon barks.
ENCANTAMENTO
Assim como a Canela chega primeiro
eu também chego
Assim como o Girassol vê a luz
eu também vejo
O CÉU E O CARNAVAL
O C éu guarda as histórias dos povos - os tempos, as direções, a biblioteca de conhecimento infinito disponível para observação de todos os novos vivos que nascem e desejam conhecer a vida.
Entre Peixes e Áries, o Carnaval é uma festa de quem observa o céu. O ano novo astrológico, as datas dos equinócios, marcam a celebração dos tempos da natureza. O reconhecimento do movimento cíclico do Céu ajuda a pessoa que busca o entendimento.
AROMAS DE CARNAVAL
O uso de aromas ao longo da história das festividades e rituais reflete a relação profunda dos povos com a natureza e os ciclos cósmicos. Contudo, essa trajetória também revela a exploração colonial, a industrialização dos perfumes sintéticos e o impacto da monocultura extrativista. As práticas aromáticas, inicialmente imersas em respeito à biodiversidade e aos ciclos naturais, foram gradualmente moldadas pela dinâmica de exploração econômica imposta pelo colonialismo europeu, culminando em um modelo industrial predatório.
1. Antiguidade e Civilizações Tradicionais: Conexão com a Natureza
Antes da chegada do colonialismo, muitas culturas usavam aromas de forma equilibrada e sustentável, com profundo respeito pela natureza. As fragrâncias estavam intimamente ligadas aos ciclos da terra, como os equinócios de outono e primavera, momentos de transformação, renovação e equilíbrio.
1.1 Civilizações Mesoamericanas (Maias, Astecas e Incas)
Os povos indígenas das Américas, como os maias, astecas e incas, usavam aromas naturais em seus rituais agrícolas. O uso de copal (resina de árvores nativas), menta e tomilho era comum em cerimônias que celebravam as colheitas. A produção dessas fragrâncias era local e respeitosa com os ecossistemas, sem a destruição de recursos naturais ou a exploração predatória.
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Maias e Astecas: Usavam copal e outras resinas de árvores nativas de maneira sustentável, alinhada com os ciclos da natureza.
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Incas: Utilizavam guaraná, eucalipto e bálsamo de benjoim, respeitando o equilíbrio dos ecossistemas e sem práticas de exploração intensiva.
1.2 O Egito Antigo: Início da Apropriação dos Recursos Naturais
No Egito Antigo, os aromas começaram a ser usados em rituais religiosos e medicinais. No entanto, mesmo as primeiras práticas aromáticas, como o uso de mirra, canela e incenso, já indicavam a mercantilização dos recursos naturais. O comércio de produtos como o olíbano, essencial em rituais, iniciou a exploração de recursos com um foco em atender à demanda externa.
- Egípcios: Embora inicialmente as práticas de extração de aromas fossem feitas de forma mais balanceada, a crescente demanda por resinas e óleos essenciais levou à exploração de recursos de maneira mais agressiva.
2. O Colonialismo e a Exploração de Recursos Naturais: A Ascensão dos Perfumes Sintéticos
Com o colonialismo europeu, as práticas locais de uso de fragrâncias foram transformadas em comércio. O extrativismo intensivo de plantas aromáticas e substâncias naturais passou a dominar, resultando em um modelo de monocultura para abastecer a demanda de fragrâncias nas cortes europeias, enquanto as populações indígenas e africanas eram despojadas de seus conhecimentos e recursos.
2.1 Monocultura Extrativista e Trabalho Forçado
A monocultura extrativista tornou-se um pilar fundamental na produção de aromas para a Europa. Plantations para o cultivo de baunilha, canela e pimenta foram estabelecidas em territórios colonizados, e as populações locais foram forçadas ao trabalho. Este modelo destruiu ecossistemas locais e impôs uma exploração predatória dos recursos naturais.
- Exemplo da Baunilha: O cultivo de baunilha, por exemplo, tornou-se dependente de práticas de monocultura que reduziram a biodiversidade local e geraram impactos ambientais significativos.
2.2 Ascensão dos Perfumes Sintéticos e a Industrialização
Com a Revolução Industrial no século XIX, a produção de perfumes sintéticos tomou força, substituindo os aromas naturais por fragrâncias produzidas a partir de compostos petroquímicos. Essa transformação não apenas eliminou a sustentabilidade das práticas antigas, mas também impôs um modelo de consumo em massa, desvinculado da natureza.
- Perfumes Sintéticos: A ascensão dos perfumes sintéticos substituiu a diversidade de fragrâncias naturais por compostos artificiais, mais baratos de produzir e menos dependentes de recursos naturais.
3. O Impacto do Colonialismo e a Apropriação Cultural
O colonialismo não apenas explorou os recursos naturais, mas também desvalorizou os conhecimentos e práticas aromáticas dos povos colonizados. O saber tradicional sobre o uso de plantas e fragrâncias foi ignorado e substituído por modelos de consumo industrial que não respeitavam os ciclos naturais ou as práticas locais.
3.1 A Apropriação de Saberes e Recursos
A produção e o consumo de fragrâncias começaram a ser centrados no mercado europeu, que impôs um modelo homogêneo de perfumes. A apropriação de essências locais e o controle das rotas comerciais deixaram as culturas indígenas e africanas sem acesso ao conhecimento sobre suas próprias práticas, enquanto grandes corporações monopolizavam o comércio de fragrâncias e cosméticos.
4. A Crítica ao Modelo Atual: Perfumes Sintéticos e Monocultura
Hoje, a indústria de perfumes continua a ser dominada por grandes corporações, que ainda utilizam ingredientes sintéticos e promovem um modelo de monocultura na produção de essências, o que implica na destruição de ecossistemas e na exploração intensiva dos recursos naturais. A crescente demanda por produtos ecológicos e naturais ainda esbarra na falta de alternativas reais que não envolvam exploração predatória.
4.1 A Monocultura e seus Impactos Ambientais
A busca por ingredientes naturais, como baunilha, lavanda e jasmim, muitas vezes ainda depende de práticas de monocultura, que causam danos irreversíveis ao solo e à biodiversidade local. O cultivo em larga escala de plantas aromáticas, sem um manejo responsável, representa um risco para os ecossistemas, reduzindo a diversidade genética e fragilizando o equilíbrio ecológico.
- Cultivo de Baunilha: O cultivo de baunilha, especialmente em áreas como Madagascar, ainda é feito em grandes plantações que resultam em desmatamento e na diminuição de áreas de vegetação nativa.
4.2 Perfumes e o Consumo Consciente
A crescente conscientização sobre os impactos ambientais tem levado algumas pessoas a questionar o modelo da indústria de perfumes. Alternativas sustentáveis estão sendo buscadas, com foco em produtos orgânicos, óleos essenciais e métodos de cultivo que respeitam a biodiversidade e promovem a economia local. No entanto, essas alternativas ainda enfrentam obstáculos estruturais impostos pelo modelo capitalista global que privilegia o consumo em massa.
O CARNAVAL
O Carnaval brasileiro, uma das manifestações culturais mais reconhecidas no país, não surge exclusivamente das influências de práticas culturais europeias, como muitas vezes se apresenta na narrativa hegemônica. Sua origem é multifacetada, com raízes profundas nas culturas africanas e indígenas que, desde o período colonial, desempenharam um papel central na constituição da festa. A celebração do Carnaval no Brasil é, portanto, um produto das lutas e da resistência cultural dessas populações, que utilizaram a festa como espaço para afirmar sua identidade e se opor às opressões impostas pelo processo colonial.
1. A Formação do Carnaval: A Influência Africana e Indígena nas Manifestações Culturais
Ao contrário da visão eurocêntrica que reduz a origem do Carnaval a práticas coloniais como o "entrudo", a festa que conhecemos hoje é o resultado de um processo cultural de resistência e adaptação de povos indígenas e africanos. As tradições carnavalescas que marcaram o Brasil desde os primeiros momentos da colonização têm uma base fundamentalmente africana e indígena, com influências de cultos, rituais e danças que foram ressignificados ao longo do tempo.
As populações africanas escravizadas trouxeram consigo uma rica herança de práticas rituais e festivas, nas quais a música, a dança e as máscaras eram elementos centrais. As manifestações de rua, com ritmos, cânticos e danças como o maracatu, o samba de roda, o frevo e o axé, são expressões culturais diretamente oriundas dessas comunidades. Essas práticas, com seus ritmos pulsantes e coreografias coletivas, foram ganhando visibilidade e se entrelaçando com as festividades promovidas pelas camadas populares.
As populações indígenas, por sua vez, também desempenharam um papel fundamental na construção do Carnaval. Os povos nativos já tinham práticas de celebração e rituais festivos que envolviam dança, canto e a utilização de adereços e máscaras. Embora essas práticas tenham sido sistematicamente marginalizadas durante o período colonial, elas perduraram nas comunidades indígenas, influenciando a construção estética e simbólica do Carnaval nas diversas regiões do Brasil.
2. A Festa de Rua e a Formação das Manifestações Populares de Carnaval
Durante o período colonial, as festas de rua no Brasil não eram monopolizadas pela elite branca, como frequentemente se afirma. As populações africanas, tanto as que estavam em regime de escravidão quanto seus descendentes, sempre foram protagonistas nas festas populares e nas manifestações carnavalescas. Essas manifestações se constituíam como espaços de resistência, nos quais as populações negras podiam afirmar suas raízes culturais e se opor, de forma lúdica e subversiva, às opressões diárias do regime escravocrata.
A prática do samba de roda, por exemplo, que emergiu nos sertões da Bahia e nas comunidades do Recôncavo Baiano, se tornou um dos principais símbolos da festa de Carnaval, com suas batidas de tambores e danças coletivas que uniam homens e mulheres em um movimento de celebração e resistência. O maracatu, o frevo, e outras danças de raízes africanas foram assimilados pelas populações urbanas e se consolidaram como manifestações tradicionais do Carnaval brasileiro.
3. Séculos XIX e XX: O Carnaval Popular como Forma de Resistência
O Carnaval brasileiro do século XIX e início do século XX é marcado por uma luta constante pela afirmação de um espaço para as culturas populares e afro-brasileiras. Após a abolição da escravatura, em 1888, a população negra, embora oficialmente livre, continuou a enfrentar as mesmas discriminações sociais e econômicas que a escravidão havia imposto. No entanto, foi nesse contexto que o samba e outras manifestações de origem africana se consolidaram como símbolos de resistência cultural e identidade para as comunidades negras.
As escolas de samba surgiram nas periferias das grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, representando as comunidades afro-brasileiras e organizando desfiles com enredos que celebravam a cultura negra. Esses desfiles de escolas de samba, que hoje são um dos maiores espetáculos culturais do Brasil, se basearam na força da cultura popular e negra, sendo uma forma de reivindicar a visibilidade e a representação da história africana e afro-brasileira.
A ascensão do samba, e o surgimento das escolas de samba, consolidaram o Carnaval como uma festa popular, com forte presença das comunidades negras. Esses blocos e desfiles, ao longo do século XX, tornaram-se veículos de afirmação cultural, celebrando e perpetuando as raízes africanas da população brasileira, apesar das tentativas de exaltação de uma "brasilidade" uniformizada, muitas vezes alienante e excludente.
4. A Mercantilização do Carnaval e a Luta por Representatividade
Com a mercantilização do Carnaval ao longo do século XX, especialmente a partir da década de 1950, houve um processo de "reconfiguração" das manifestações populares, que passaram a ser vistas cada vez mais como produtos de consumo para o mercado de turismo e entretenimento. Este processo de industrialização do Carnaval se reflete na enorme exposição midiática dos desfiles das escolas de samba, transformados em espetáculos grandiosos de massa, que, muitas vezes, diluem as expressões autênticas das culturas populares.
Apesar da mercantilização e da crescente presença da elite nos desfiles, as comunidades de samba continuaram sendo lideradas por negros, cujas narrativas e representações culturais estavam presentes nos enredos das escolas. A luta por representatividade, por contar a própria história e pela exaltação da africanidade nas festas de Carnaval continua sendo um tema central nas escolas de samba e blocos de rua contemporâneos.
5. O Carnaval Contemporâneo: Resistência, Identidade e Redefinição Cultural
Hoje, o Carnaval continua sendo uma das maiores manifestações culturais do Brasil, mas também é um campo de disputa. O Carnaval popular, com destaque para as escolas de samba e blocos de rua, segue sendo uma expressão de resistência cultural das comunidades negras e de periferia. Além disso, o movimento "bloco afro" tem ganhado força, com blocos como Ilê Aiyê, Olodum, e Muzenza, que têm como premissa a valorização das culturas africanas e a resistência contra o racismo estrutural presente na sociedade.
O Carnaval de rua, por sua vez, continua sendo um espaço de manifestação de diversas identidades, incluindo a negritude, a diversidade sexual e de gênero, e a afirmação de culturas marginalizadas. Essa resistência se dá não só através da música e dança, mas também pela apropriação e reafirmação da história, dos símbolos e dos saberes africanos e indígenas no contexto urbano e contemporâneo.