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Tarifas globais, afetos locais

Atualizado: há 1 dia

As chamadas “guerras comerciais” entre grandes potências têm impacto direto em nossas vidas, mesmo quando parecem assuntos distantes, tecnocráticos ou frios. Quando países impõem tarifas sobre produtos importados, bloqueiam rotas ou aplicam sanções, o que está em jogo não é só economia — é a soberania alimentar, o acesso a insumos básicos, e, muitas vezes, o direito de existir com dignidade.


O capitalismo global não é neutro

O sistema econômico dominante se baseia na concentração de riquezas, na exploração dos corpos e dos territórios — e não é neutro em relação às identidades. Corpos dissidentes, racializados, transviados e fora da lógica da normatividade capitalista sempre foram empurrados para as bordas do sistema, e é nessas bordas que brotam as formas mais potentes de resistência.

Enquanto megacorporações disputam mercados e acumulam lucro, comunidades locais constroem outras economias: da reciprocidade, do afeto, do cuidado mútuo. São feiras de artesanato, pequenas cozinhas coletivas, produtos feitos à mão, cosméticos naturais, serviços criativos e solidários. É economia queer, preta, periférica, originária — e viva.


O artesanal como forma de romper

A valorização do artesanal não é só um retorno ao “feito à mão”. É, para muitas pessoas LGBTQIAPN+, negras e periféricas, uma maneira de sobreviver fora dos padrões cis-heteronormativos do trabalho formal. É empreender com autonomia, criar produtos com identidade, reconstruir vínculos com ancestralidades e modos de viver que resistem há séculos.

Num mundo que constantemente nos diz que não somos suficientes, fazer com as próprias mãos e circular entre os nossos é um gesto de afirmação. Um perfume artesanal, um pão feito na quebrada, uma peça de roupa bordada com cuidado: tudo isso carrega memórias, política e história.


Primeira Folha: aroma, território e gesto

Um exemplo potente dessa economia viva é a Primeira Folha, uma empresa que nasce da terra, da pesquisa, do cuidado. Mais do que criar perfumes e banhos artesanais, a Primeira Folha cultiva uma ética sensível, crítica e profundamente ligada aos territórios e afetos de onde vêm seus aromas.

Cada extrato, cada composição, é pensado a partir de uma escuta do mundo: das plantas, das pessoas, do tempo das coisas. Não há fórmula pronta, nem pressa de mercado — há intenção, estudo e entrega. Ao comprar da Primeira Folha, você está apoiando não só um produto artesanal, mas também uma forma de estar no mundo que resiste ao consumo raso e à produção em série.


Comprar do pequeno é um ato de posicionamento

Escolher comprar de quem está perto é recusar, ainda que em pequena escala, a lógica destrutiva do consumo em massa. É decidir que queremos viver em redes sustentáveis, cuidadosas e plurais — não em pirâmides de exploração.

É também uma maneira concreta de redistribuir recursos. Ao apoiar um negócio local e diverso, estamos financiando sonhos, sustento e autonomia de quem compartilha valores, vivências e lutas.


Quando tudo vira mercadoria, cuidar vira revolução.

Comprar do pequeno, do artesanal, da comunidade — comprar da Primeira Folha — é fazer parte dessa revolução cotidiana.




 
 
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